Plano de saúde não pode reduzir home care

Plano de saúde não pode reduzir home care

Decisão unânime da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou os direitos dos pacientes em relação aos planos de saúde.

O tribunal decidiu que é inadmissível para um plano de saúde reduzir o atendimento hospitalar domiciliar, ou home care, sem uma indicação médica específica.

A decisão destaca a importância dos princípios da boa-fé objetiva, da função social do contrato e da dignidade da pessoa humana.

O caso em questão

O caso julgado envolveu uma mulher diagnosticada com parkinsonismo e outras complicações graves, que teve seu tratamento home care reduzido de 24 para 12 horas diárias pelo plano de saúde.

A redução foi feita sem a indicação médica e contrariava a necessidade de tratamento contínuo da paciente. Inicialmente, o juízo de primeiro grau considerou a redução indevida, mas o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) reformou a decisão, limitando os serviços de home care.

A decisão do STJ

A ministra Nancy Andrighi, relatora do recurso no STJ, destacou que a redução significativa e abrupta da assistência foi uma decisão unilateral do plano de saúde, que ignorou a indicação médica e agravou a condição da paciente.

Ela ressaltou que tal conduta deve ser considerada abusiva.

Além disso, a ministra questionou a interpretação do TJPE sobre a internação domiciliar, enfatizando que é abusiva qualquer cláusula contratual que veda o home care como alternativa à internação hospitalar.

A prestação deficiente desse serviço ou a sua interrupção sem aprovação médica configura, segundo a ministra, um dano moral.

Consequências da decisão

Seguindo o voto da relatora, o colegiado do STJ restabeleceu a sentença inicial, condenando o plano de saúde a manter o tratamento home care integralmente e a pagar R$ 5 mil à segurada por danos morais.

Este julgamento reforça a proteção ao consumidor e o respeito à autonomia médica nas decisões sobre tratamentos de saúde.

Plano de saúde não podem reduzir home care sem indicação médica

Este caso destaca a necessidade de vigilância constante sobre as ações dos planos de saúde, especialmente quando se trata de pacientes em estado grave de saúde.

A decisão do STJ serve como um precedente importante, assegurando que as necessidades médicas dos pacientes devem prevalecer sobre as decisões administrativas dos planos de saúde.

Leia mais sobre a decisão no acórdão do REsp 2.096.898.

Fonte: STJ

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Imagem de Freepik

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